terça-feira, 6 de maio de 2008

Dinheiro Anônimo

Vida boa, dizem muitas pessoas, é achar dinheiro na rua, porque não tem dono! Já achei muito... muito mesmo! Quando entrou o plano real, não tinha algo melhor do que ver aquela notinha verde voando na minha direção tocada pelo vento ou simplesmente jogada no meio fio.

Era dez reais perdidos aqui, cinco por ali. Como brasileiro gosta de perder dinheiro! Vai entender! Bom mesmo, é esta sem grana no fim do mês e mexer naquela roupa guardada pós-saída. Lá no fundo do bolso esta uns trocadinhos, bem amarrotados.

Dá uma felicidade quase incalculável. Dinheiro! Melhor ainda Meu Dinheiro! Os olhos brilham, a mão para de coçar, o sorriso fica menos amarelo. Agora sim dá para sair, inteirar aquele outro trocado, guardar de novo para economizar ou comprar o mundo.

Ah?! Lógico! Comprar o mundo! Sim, o dinheiro parece iluminar as ambições mais gulosas que possa imaginar. Principalmente se for achado! Anota ai... . Porque sinceramente, aquele trocado do bolso não conta!

Não sei por que ainda não tem nos verbetes da língua portuguesa: Dinheiro Anônimo. Ele move sonhos!!! Pensou, só de achar o seu próprio dinheiro já dá uma satisfação e quando esse não tem dono! Quer dizer, ele tem dono... mas esta oculto... Anônimo.

Olha a loteria, é um dinheiro estimado por muitos. Confesso improvável achar a quantia na rua! Vida triste, ne?! No matter! O bom é saber que a cada sorteio não tendo ganhador, o premio vai acumulando, e querendo ou não, esse dinheiro arrecado esta se convertendo em premio. Logo, Dinheiro Anônimo.

Agora é só jogar na Loteria e vê se tenho tanta sorte em relação a esse tal Dinheiro Anônimo em grande quantia, igual tive no começo do plano real. Porque sinceramente achar notinha de um real hoje... dá até tristeza.

sábado, 3 de maio de 2008

Saudade

Demorei mais descobri o sentido dessa danada de saudade. Todo mundo fala, canta, escreve... E continuava sem entender. Tristes são as definições para tal conceito... É sentir um vazio no peito... Pontada no coração... Tristeza incontrolável. Talvez a definição aceita em geral seja: Falta de algo.

Não sei porque com o tempo comecei sentir saudade da minha infância na roça. Eita trem bão! Aquele cheiro de esterco, o leite tirado na hora, lama, lama e mais lama. Até um “Eu era feliz e não sabia” foi suspirado. Em pensar que na minha adolescência toda passei a não querer nem relembrar essa maravilha.

Ah! Ninguém merecia ficar dias e dias sem um computador, telefone, gente!!! Que desespero! Enquanto isso os velhos aproveitavam, como se o mundo fosse acabar e tivessem voltado para as recordações mais remotas e bonitas. E eu lá!

O córrego já tinha ficado raso, ou eu tinha crescido?! O pasto parecia tão pequeno e o curral não servia como divertimento. Era um tédio, tudo aquilo. E como o tempo, veio uma saudade de tudo isso. Nostalgia feros e esquisita. Tenha medo quando isso ocorrer com você, creio ser o primeiro indício da velhice, no caso precoce.

Ah! Quantas vezes sentei com os amigos e fiquei horas tentando explicar a filosofia do esterco. Como é difícil entender a magia que aquele cheiro remete aos saudosos dias de infância. Esterco não é bosta, é um produto maravilhoso e louvável. E nem faça essa cara de nojo!!!

A saudade era tanta, que não entendia a minha repudia da época da adolescência. E na primeira oportunidade para rever tal cenário, aceitei rapidamente o convite. Na trajetória espionei cada centímetro de grama verde. As cercas deitando com a velocidade do carro. Algumas árvores perdidas na imensidão do pasto. Respiro fundo quando aproximo do curral, as vaquinhas tranqüilas andando no meio da estrada.

No primeiro instante todas as lembranças afloraram. O ápice da nostalgia se revelou com o odor da urina do gado. Não lembrava que era tão enjoativa assim! Olhei para os lados e por um instante toda aquela saudade tinha sumido. A vontade de voltar para casa era consolada pelo fato de esta ali só de passagem.

A saudade evaporou mais ligeiro do que acetona em frasco aberta. Agora entendo porque só existe saudade de ex-namorado, enquanto ele é ex. De amigo chato, quando esta longe. De faculdade nas férias...